O nome da festa vem do lugar onde ela acontece – a ilha de Parintins, às margens do rio Amazonas, a 420 quilômetros de Manaus. O festival bebe em uma rivalidade iniciada há mais de cem anos, quando dois grandes grupos – os “bois” começaram a representar nas ruas de Parintins o folclore do boi-bumbá, uma variação do bumba-meu-boi nordestino.
Com fantasias, músicas e alegorias, os bois encenam a lenda da Mãe Catirina, uma mulher que estava grávida e com desejo de comer língua de boi. Para satisfazê-la, seu marido, Pai Francisco, sacrifica o boi favorito do patrão, que ameaça matá-lo. Quem salva Pai Francisco da morte é o Pajé, que ressuscita o boi antes da tragédia acontecer. Toda a lenda é ambientada no contexto da Amazônia: os povos indígenas, as criaturas e toda a mística do maior bioma do planeta.
O festival foi oficializado em 1965 por um grupo de amigos ligados à Juventude Alegre Católica (JAC) com o objetivo de arrecadar fundos para a construção da Catedral de Nossa Senhora do Carmo, padroeira de Parintins. No primeiro ano, vinte e duas quadrilhas se apresentaram, mas os bois Caprichoso e Garantido ainda não participavam do evento.
Em 1966, os dois bois foram convidados a participar do festival, e ambos participaram juntos pela primeira vez. A partir desse momento, a rivalidade entre Garantido e Caprichoso se intensificou e em 1975, a organização do festival passou a ser responsabilidade da Prefeitura de Parintins, e o local do evento foi transferido para o Centro Cultural e Desportivo Amazonino Mendes – conhecido como Bumbódromo, inaugurado em 1988.
Realizado anualmente ao longo de três dias, o festival traz os dois bois em uma disputa pela melhor apresentação. O evento explora temáticas regionais, como lendas, rituais indígenas e costumes dos ribeirinhos, por meio de alegorias, danças, canções e encenações. O espetáculo também envolve diversos personagens, figurinos, performances, luzes teatrais, carros alegóricos, fogos de artifício e uma plateia apaixonada, chamada de “galera”.
Nas três noites de disputa, o espetáculo chega a atrair mais de 100 mil pessoas além dos milhares de telespectadores acompanhando por todos os meios de comunicação transmitindo o evento simultaneamente.
Fontes: Acervo pessoal da Amazon Best, Gazeta da Amazônia.